=NOTURNO=
Penumbras solitárias,
um solo de saxofone,
um soul em lágrimas,
no gueto imundo.
a lua aplaude,
invade frestas
do mundo.
pálida,
plácida,
sonolenta.
O trem da meia-noite
serpenteia monótono,
bisando sons,
trilhos,
apitos,
fosco, sem brilho;
um grito
no vácuo
vazio.
Flores no cio
repousam indiferentes.
a musíca penetra poros,
impregnando veias,
nem triste, nem contente.
espalha-se por aldeias.
carpideiras beatas,
ladeiras inclinadas.
a locomotiva de prata
supera a última ponte,
suspira, suando a fronte.
Um sax, um soul, trem-bala
perdido.
Um pedido,
um olhar,
um adeus!...
[gustavo drummond]
MÁRCIA: Uma 6ª-feira deslumbrante.
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